"As drogas são o flagelo da sociedade"
Eu ouvi isso numa rádio aí, um dia desses quando voltava com Débora, Mônica e Gilson do casquinha de caraguejo, na praia. Há um tempo atrás, tempo em que eu ainda estava inocente no mundo dos jovens e dos não-tão-jovens descolados dessa cidade, eu acharia isso uma conversa de canção nova, piadável numa mesa de bar. É um exagero, não posso negar. Mas começo a achar que tem seu fundo de verdade. Não por que a pessoa vá vender a televisão pra comprar pó ou por que vá começar a beber perfume, vide Mel da novela O clone, mas por que dá margem à perpetuação daquela fasezinha pré adolescente durante a qual a gente faz o que pode pra ser diferente e termina sendo a mesma coisa. Não por que pode deixar você lerdo e abestalhado como Arnaldo Batista, (que é isso, os roqueiros acham lindo uma pessoa não falar nada com nada por causa de um cházinho) mas por que infesta irremediavelmente de posers todos os lugares frequentáveis dessa cidade.
Um dia desses, depois de ouvir relatos de várias amigas minhas, e de comparar minhas próprias experiências, fiquei pensando como é difícil namorar maconheiro. Eu já namorei maconheiro, que minha querida mãezinha não ouça. É impraticável. Tudo, mas absolutamente tudo vem depois da "massa", da "coisa", inclusive você. O cara não quer sair com seus amigos, nem ir pra os lugares para os quais você chama, por que não vai poder fumar. Claro que tem os compreensivos, que entendem, mas o meu caso específico foi trágico por que eu é que terminava passando por "conservadora" e " cabeça fechada" por que não gostava de ficar trancada num quarto escuro com um monte de "muito doidos" ouvindo pink floyd e sei lá mais o que desses psicodélicos todo fim de semana.
Basta passar um mês saindo com um bando deles que dá pra ver que a esmagadora maioria ( olha as exceções aí, pelo amor de Deus) incorpora um tipinho que faz absolutamente de tudo pra aparecer. Principalmente aqueles que tomam duas cervejas e acham que estão em woodstock, tropeçando em tudo, vomitando nos outros e fazendo escrotices, escrotices essas que serão relembradas pelos amigos não menos idiotas como grandes feitos: " é, fulaninho é muito rock mesmo".
E ainda tem os "lisérgicos". Meu deus, os lisérgicos. Tomaram ácido, e agora se acham os rock stars. E se algum deles tiver banda, meu filho, aí pronto, nem olham mais pra você, a não ser pra falar de bandas obscuras dos anos 70, e de como um dos integrantes de uma dessas bandas, originalíssimamente, morreu de overdose. Cheiraram pó ontem, e dizem pra todo mundo que já estão sequelados. Lindo. Um monte de cascos vazios sem nenhum conteúdo. Tudo em nome de uma posezinha. De um status no meio da galera. Como quando eu tinha 13 anos e vestia preto pra chocar minhas colegas patricinhas. E ainda chamam os outros de conservadores. E questionam suas escolhas de vida, como se fosse você, e não eles, o grande clichê. Ah, como eu odeio essa adolescência tardia.
Um dia desses, depois de ouvir relatos de várias amigas minhas, e de comparar minhas próprias experiências, fiquei pensando como é difícil namorar maconheiro. Eu já namorei maconheiro, que minha querida mãezinha não ouça. É impraticável. Tudo, mas absolutamente tudo vem depois da "massa", da "coisa", inclusive você. O cara não quer sair com seus amigos, nem ir pra os lugares para os quais você chama, por que não vai poder fumar. Claro que tem os compreensivos, que entendem, mas o meu caso específico foi trágico por que eu é que terminava passando por "conservadora" e " cabeça fechada" por que não gostava de ficar trancada num quarto escuro com um monte de "muito doidos" ouvindo pink floyd e sei lá mais o que desses psicodélicos todo fim de semana.
Basta passar um mês saindo com um bando deles que dá pra ver que a esmagadora maioria ( olha as exceções aí, pelo amor de Deus) incorpora um tipinho que faz absolutamente de tudo pra aparecer. Principalmente aqueles que tomam duas cervejas e acham que estão em woodstock, tropeçando em tudo, vomitando nos outros e fazendo escrotices, escrotices essas que serão relembradas pelos amigos não menos idiotas como grandes feitos: " é, fulaninho é muito rock mesmo".
E ainda tem os "lisérgicos". Meu deus, os lisérgicos. Tomaram ácido, e agora se acham os rock stars. E se algum deles tiver banda, meu filho, aí pronto, nem olham mais pra você, a não ser pra falar de bandas obscuras dos anos 70, e de como um dos integrantes de uma dessas bandas, originalíssimamente, morreu de overdose. Cheiraram pó ontem, e dizem pra todo mundo que já estão sequelados. Lindo. Um monte de cascos vazios sem nenhum conteúdo. Tudo em nome de uma posezinha. De um status no meio da galera. Como quando eu tinha 13 anos e vestia preto pra chocar minhas colegas patricinhas. E ainda chamam os outros de conservadores. E questionam suas escolhas de vida, como se fosse você, e não eles, o grande clichê. Ah, como eu odeio essa adolescência tardia.
4 Comments:
Essa glamourização das drogas é irritante mesmo, como você falou, tem as exceções e isso não é um manifesto: mamãe sou contra as drogas, mas sim pq uma grande parte não passa de posers mesmo que vivem em função de se drogarem só p/ depois ganharem o maior status de "muito louco", "do rock" e passarem com as caras empinadas de quem é o grande saca tudo, ou senão só falarem disso, não conseguem ter outros papo além de drogas e se acham os fodas.
Parece uma adolescência tardia mesmo p/ se garantir no grupo vc enche sua lata de cerveja de água (uma piada interna) ou senão toma uns golinhos e ai vc é integrado, vc é massa!
Devia ter menos gente boba e sem assunto usando drogas, kkkk!
Beijo grande, Mari!
Gente que fuma demais costuma broxar...
deixa dessa muito doida...num li tudo não porque tou com um ve-ne-no aqui muito fooooodaaa!
mermããão, se ligue, bora puxar esse, bródi?
Concordo plenamente. Esses garotos não sabem nada da vida. Mas fumam um ou cheiram, decoram umas frases e saem por aí, arrotando modernidade. Depois que o tempo passa e que eles chegam aos 40, é que eles vêem o desperdício de vida e o quão ridículos eles foram.
Gosto dos seus textos.
Beijos,
sonia.
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