Esquizofrenia
*On a rooftop in Brooklyn
At one in the morning
Watching the lights flash
In Manhattan
I see five bridges
The Empire State Building
And you said something
That I've never forgotten*
You Said Something - PJ Harvey
Eu sempre tive vontade de chorar ouvindo essa música. E se você já ouviu provavelmente vai achar estranho. Não é uma música triste.
Mas é que eu realmente queria muito estar em uma cidade grande, olhando as luzes de madrugada, quando alguém me dissesse uma coisa que eu nunca fosse esquecer. Acho que ninguém nunca me disse algo inesquecível.
Isso é meio triste. Eu tenho um passado de mentira, um passado para o qual eu olho com um tantinho de desgosto, por que eu vejo que as coisas eram bem diferentes de como eu via quando eu o estava vivendo. O pior é que não precisa ir muito longe no tempo pra que eu perceba isso. E eu fico me perguntando se com todo mundo é assim.
Eu queria viver nessa música. Em uma outra vida. Em um outro lugar. Em outro mundo, sendo outra pessoa que não eu com meus recalques e meu passado que eu não quero mais, mas que não sai da minha memória, como um fantasma que me persegue apontando todos os meus erros e todas as minhas idiotices.
Não é me arrepender. É não me reconhecer. Eu não me reconheço no meu passado e isso me angustia demais. Eu olho pra trás e penso que aquilo ali não era eu.
Às vezes eu queria que tudo explodisse e voltasse ao começo. Mas daí eu me pergunto que começo. Qual é começo que eu quero. De onde partir. Eu não me orgulho da maioria das coisas que eu fiz. Na verdade, eu queria nem lembrar delas. Queria apagar e construir uma história que combinasse com a imagem que eu tenho de mim mesma, que muito provavelmente não corresponde à realidade. Eu não sou tão boa quanto eu penso. Eu sei que não sou. Eu não mereceria viver nessa música, com aquele vento frio da madrugada batendo no meu rosto, enquanto eu, sentada em um lugar com vista pra cidade, converso com alguém que me diz algo muito importante. Não mereceria. De jeito nenhum.
At one in the morning
Watching the lights flash
In Manhattan
I see five bridges
The Empire State Building
And you said something
That I've never forgotten*
You Said Something - PJ Harvey
Eu sempre tive vontade de chorar ouvindo essa música. E se você já ouviu provavelmente vai achar estranho. Não é uma música triste.
Mas é que eu realmente queria muito estar em uma cidade grande, olhando as luzes de madrugada, quando alguém me dissesse uma coisa que eu nunca fosse esquecer. Acho que ninguém nunca me disse algo inesquecível.
Isso é meio triste. Eu tenho um passado de mentira, um passado para o qual eu olho com um tantinho de desgosto, por que eu vejo que as coisas eram bem diferentes de como eu via quando eu o estava vivendo. O pior é que não precisa ir muito longe no tempo pra que eu perceba isso. E eu fico me perguntando se com todo mundo é assim.
Eu queria viver nessa música. Em uma outra vida. Em um outro lugar. Em outro mundo, sendo outra pessoa que não eu com meus recalques e meu passado que eu não quero mais, mas que não sai da minha memória, como um fantasma que me persegue apontando todos os meus erros e todas as minhas idiotices.
Não é me arrepender. É não me reconhecer. Eu não me reconheço no meu passado e isso me angustia demais. Eu olho pra trás e penso que aquilo ali não era eu.
Às vezes eu queria que tudo explodisse e voltasse ao começo. Mas daí eu me pergunto que começo. Qual é começo que eu quero. De onde partir. Eu não me orgulho da maioria das coisas que eu fiz. Na verdade, eu queria nem lembrar delas. Queria apagar e construir uma história que combinasse com a imagem que eu tenho de mim mesma, que muito provavelmente não corresponde à realidade. Eu não sou tão boa quanto eu penso. Eu sei que não sou. Eu não mereceria viver nessa música, com aquele vento frio da madrugada batendo no meu rosto, enquanto eu, sentada em um lugar com vista pra cidade, converso com alguém que me diz algo muito importante. Não mereceria. De jeito nenhum.
3 Comments:
Mariana...
o meu: num é q a camapanha seja desnecessária...me expressei mal...o título da postagem é q é desnecessário...a imagem fala por si msma!!
agora o seu:
vc assistiu a Encontros e Desencontros (é um filme q pouca gente gosta...eu gosto)?...pois eu acho q trata justamente dessa situação...duas pessoas numa grande metrópole...esperando a hora certa pra dizer uma coisa mt importante...
Se vc tem sentido q só tem tido desencontros na vida...pode esperar...
seu encontro já vem...sua coisa importante (sejá lá o q for) tá chegando...eu sei...pois vc merece!!
=***
sempre aqui!
Tava de bobeira na net, vi seu blog noutro blog, entrei, li e resolvi deixar um comentário. E não diga que eu nunca entro em blogs :-p
Assim somos nós: sempre à espera da palavra carinhosa, do elogio gratuito, da declaração definitiva. E assim também somos nós: sempre nos furtando à mais clara oportunidade de fazer feliz a quem amamos. Sim, isto acontece realmente. Não diga que não! Talvez não com você, que nunca disfarça o que sente (baixou aquela música?), ou com ele, sempre tão bem resolvido. Certamente não com os piscianos (estes mariquinhas que amam o próprio Amor). Mas acontece. Sei o que estou dizendo.
Nosso mal é nossa consciência limitada, incapaz de alcançar o Outro. Os pecados são nossas desculpas. Timidez, insegurança, precipitação... Quantas vezes não ensaiamos o que dizer e na hora H... nada! Ao contrário, quantas vezes não colocamos o carro na frente dos bois? Acontece, é verdade. Mas a culpa não é dos bovinos.
Sabe quando a gente não presta atenção nos sinais? É foda! Fica aquela pessoa ali, atenta a tudo que dizemos, realizando singelamente nossos desejos, não cometendo aquelas faltas que nós, os cortejados, consideramos gravíssimas. “- Ohhhhhh, ele(a) é tão bonzinho!!!”. “- BONZINHO UMA PORRA! NÃO SOU LEGAL, TÔ TE DANDO BOLA!!!”
Somos tão grosseiros, precisamos de tudo muito bem explicado. Carecemos de segurança. As pessoas têm de ser claras e dar certeza de tudo. Quando justamente a única coisa que não podemos ser é coerentes!
Evidente que isso o que você escreveu teve suas motivações íntimas. Evidente que isso também vale para o que eu escrevi. Antes de “mostrar a verdade”, minha intenção é apenas mostrar um outro lado do problema, ou seja, a falta da palavra esperada. Não me proponho a encerrar esta questão: na verdade nem tinha intenção de debatê-la. Tudo isso é apenas consciência pesada de alguém que, como tantas outras pessoas, volta e meia se vê deixando de falar coisas importantes a pessoas especiais (pagando um alto preço, diga-se de passagem. Mas, c´est la vie, não é mesmo?). Portanto, se eu viajei totalmente e não falei coisa com coisa, releve e apague isso imediatamente, ok? Não permita que as pessoas leiam este testemunho de um homem ridículo.
CARTOLA
e se eu for o primeiro a voltar pra mudar o que eu fiz
quem então agora eu seria?
ah, tanto faz
se o que não foi não é
e eu sei que ainda vou voltar
mas eu quem será?
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