Wednesday, October 05, 2005

Eu acordei meio agoniada hoje pela manhã, inquieta. Reiterando aqueles pensamentos martelantes que há um mês atrás eu acreditava fazerem parte de um passado triste e distante do qual eu lembrava com uma certa alegria em achar que eu tinha superado.
E quando eu dizia que eu estava doente, me diziam que era exagero. E quando eu dizia que eu queria morrer, e tomava uma caixa inteira de comprimidos, me diziam que eu queria chamar atenção e conseguir o que queria. E quando eu pedia companhia até a terapia, me chamavam de egoísta por querer fazer alguém esperar por uma hora inteira sem fazer nada, só pela minha vontade. São pequenos rancores que eu guardo e que eu nunca vou esquecer, para meu próprio malefício, é claro, por que ninguém está mais nem aí.
E quando eu penso que eu finalmente me tornei uma pessoa feliz, tudo volta, pra atrapalhar.
Volta como uma avalanche dos mesmos sonhos malditos, dos mesmos pensamentos recorrentes, da mesma culpa inescusável. Só que dessa vez eu não vou querer morrer, nem sumir, nem vou me odiar, nem ter nojo de mim mesma, nem sucumbir a essa maldição que todo mundo sempre disse ser invenção, por que agora, depois de tanto tempo, eu acho que eu aprendi a dar um pouco de crédito a quem eu sou.
E eu nunca mais vou deixar alguém me chamar de egoista.