Tuesday, July 25, 2006

Dedicatória

Em abril deste ano eu prometi a Bruno que ia dar a ele um cd meu de presente de aniversário. Nessa de "é hoje, é amanhã, é hojé, é amanhã" eu só fui entregar o presente ontem.
Eu queria fazer uma dedicatória no cd, mas ele não iria gostar se eu riscasse o encarte, então eu resolvi fazer a dedicatória aqui. Faz de conta que tá escrito no cd.
Lá vai:

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Pra uma das pessoas que mais me fizeram raiva na vida. Aliás, pra uma das pessoas que mais me fizeram raiva na vida, mas que mesmo assim, e acho que por isso mesmo, sempre esteve muito muito presente. Ou melhor ainda, pra uma das pessoas que mais me fizeram raiva na vida, mas da qual eu não consigo me manter longe por muito tempo, por que a raiva passa logo, e só fica o carinho, a amizade e o respeito que nunca deixam de existir mesmo com as infinitas birras e pontos de divergência que a gente insiste em discutir.

Bruno, eu sei que você já ouviu o disco, mas espero que goste e que mais do que musicas apenas, fique também a recordação, pra você lembrar quando for um jornalista famoso, atuando nos maiores jornais do país =P

Beijo

Mariana
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Saturday, July 22, 2006

Rewind to go foward

"- Oi Mariana! Como você tá? tudo bom?
- Tudo óóóteeeemo."



O pior ( melhor =P ) é que é verdade.

Thursday, July 20, 2006

Tarot

Na minha cabeça circula um infinito fluxo de idéias, análises e conclusões sobre tudo o que me cerca e me importa. E surpreendentemente é nesse fluxo que eu encontro a saída para todos os problemas de ser quem eu sou: um eterno conflito entre o orgulho e a culpa, entre a análise excessivamente crítica e as emoções incontroláveis.
Se eu não pensasse tanto o quanto eu penso sobre as coisas, talvez eu não encontrasse o refúgio que eu preciso no meu próprio mundo, alheio às opiniões dos outros, alheio às mentiras e às piadas que a vida conta nos seus incontáveis vai-e-véns, alheio à essa realidade tão vazia e sem sentido algum. É onde eu encontro meu chão e minha sanidade. Mas ao mesmo tempo é uma porta aberta pra um curto circuito cerebral.
Por isso que hoje eu comecei a estudar uma coisa que eu sempre quis estudar: Tarot.
Eu, urgentemente, necessariamente, impreterivelmente, PRECISO de uma válvula de escape pra tanta especulação sem objetivo.

Intolerante

Eu já ouvi tantas vezes, de tantas pessoas, que eu sou intolerante, que eu acabei incorporando essa ao rol das minhas características. Se eu for me descrever, me descreverei, entre outras coisas, como intolerante.
Mas na verdade na verdade, eu não me acho tão intolerante assim.
A minha intolerância é superficial, inofensiva, pueril. Eu aceito todas as pessoas da minha vida como elas são, e na maioria das vezes mudo pra me adequar a elas. Eu reclamo, é verdade. Mas isso quer dizer que eu sou rabugenta às vezes e só. Ser rabugento não quer dizer ser intolerante.
Eu acho que isso é por que eu, mesmo sendo uma mosca morta sentimental, uma romântica incorrigível, uma amiga piegas e melosa e uma chorona inveterada, mantenho sempre a minha metralhadora de críticas carregada: eu sempre tenho um comentário a fazer.
Mas as minhas rabugices, via de regra são meramente teóricas, por assim dizer. Por exemplo: se há alguém que eu detesto, eu detesto só até que o momento em que eu precise me desfazer de alguém que eu goste por conta daquela pessoa. Deu pra entender? No segundo seguinte eu já vou estar achando a pessoa menos chata, e na hora seguinte, quem sabe, eu já ri de algumas piadas dela. Oportunista? Não. Maleável. O mesmo vale pra situações chatas, músicas chatas, acontecimentos chatos, etc. Isso só não acontece quando o limite entre a tolerância e a anulação é atingido. Houveram momentos e pessoas que exigiram de mim que eu ultrapassasse esse limite. E aí, infelizmente não dá.

Saturday, July 15, 2006

Clichê

Ontem eu ia sair, mas fiquei meio gripada, e não tava muito empolgada pro programa que estava disponível. Hoje eu fiquei aqui de bobeira na internet, esperando que alguém talvez me chamasse pra fazer alguma coisa legal, divertida, e que me fizesse sentir inserta em um grupo, parte de um todo, uma pessoa interessante e com coisas pra dizer, ou com piadas engraçadas e comentários perspicazes e inteligentes pra fazer. Por uma razão ou por outra ninguém me chamou.
Daí eu estou aqui, em frente ao computador, e começo a me sentir uma droga, como se eu realmente precisasse sair por aí mostrando meus dentes pra ser alguém interessante.
O fato é que eu não tenho com quem sair. Ponto. É só isso. Eu só preciso desmistificar isso. Não é nada de mais.
Tem momentos na vida de uma pessoa em que ela começa a se perguntar se as coisas com as quais ela se preocupa são tão imprescindíveis assim. Isso é um puta clichê, mas é a verdade.
Em que eu seria acrescida se eu tivesse sido chamada por A ou por B (não desmerecendo A e B, não me entendam mal) pra beber num boteco qualquer?(não desmerecendo os botecos, por favor) Tudo bem. Eu ia rir. Eu ia beber. Se os amigos fossem amigos mesmo, ia dar abraços carinhosos e dizer o quanto eu gosto deles, como eu faço sempre, com toda a sinceridade do mundo, e sem precisar de alcool, é claro. Tudo isso é ótimo. Mas se eu não tenho isso hoje, amanhã eu terei. Eu não sou a pessoa mais miserável do mundo por que estou em casa num sábado à noite.
Assim como não sou a pessoa mais miserável do mundo por que não tenho um emprego. Por que não estou conseguindo estudar direito. Por que não tenho muita perspectiva profissional. Por que não tenho a maioria das coisas que eu queria ter.
Amanhã, depois de amanhã, semana que vem, mês que vem, ano que vem...sei lá...um dia eu vou ter tudo isso aí e vou achar pouco. E aí é que eu vou ver que nada é tão relevante assim.
Tá certo que quando você é demitido, leva um corno, perde sua mãe, atropela sem querer seu cachorro, entre outras situações desagradáveis, você não vai pensar assim. Mas depois que o susto passa, a gente vê a razoabilidade de pensar nos problemas como coisas simples.
Eu maldigo a minha vida todos os dias, por que além de achar que a vida de fato é uma droga, fica mais fácil de encarar com um pouco de humor negro. Às vezes é amargura. Mas na maior parte das vezes é só humor.






...





Tudo bem. Passou.
Foi só um surto de otimismo.

Friday, July 14, 2006

Pressentimento

Por que meus bons pressentimentos nunca se concretizam? Isso é uma questão intrigante, por que quando eu tenho um mau pressentimento, ele sempre vira realidade, mais dia menos dia. Há um tempo atrás alguns amigos meus me apelidaram de MariNóia, por que eu penso demais, e crio situações hipotéticas aparentemente sem o menor sentido, nas quais eu acredito piamente. Mas o problema é que sempre que eu acho que uma coisa vai acontecer, ela acontece. Sempre que eu fico desconfiada de uma coisa, ainda que pareça absurda aos olhos dos outros, ela acaba se confirmando. MENOS quando é algo bom.
O meu sensor tá regulado apenas pra prever frustrações, decepções, traições, catástrofes ou abalos sísmicos na minha vida emocional-afetivo-acadêmico-familiar. Quando se trata de "bons presságios", quando eu penso que as coisas vão mudar pra melhor, eu descubro que tudo não passou de uma "criação de realidade" da minha porção sonhadora. Felizmente, essa porção está acabando. Veio sendo consumida ao longo dos meus 22 anos, 8 meses e 4 dias de existência nesse mundo cruel. Há algum tempo eu não tenho "bons presságios".
É por isso que toda vez que eu fico meio cabreira, receosa de que algo vai acontecer, eu já vou tirando meu cavalinho da chuva. É melhor evitar a fadiga.

Eu encerro o post de hoje com um recado, a quem interessar possa: antes de me chamar de neurótica, pense duas vezes. Eu posso estar, e provavelmtente estou, com a razão.

Tuesday, July 11, 2006

Esquizofrenia

*On a rooftop in Brooklyn
At one in the morning
Watching the lights flash
In Manhattan
I see five bridges
The Empire State Building
And you said something
That I've never forgotten*

You Said Something - PJ Harvey

Eu sempre tive vontade de chorar ouvindo essa música. E se você já ouviu provavelmente vai achar estranho. Não é uma música triste.
Mas é que eu realmente queria muito estar em uma cidade grande, olhando as luzes de madrugada, quando alguém me dissesse uma coisa que eu nunca fosse esquecer. Acho que ninguém nunca me disse algo inesquecível.
Isso é meio triste. Eu tenho um passado de mentira, um passado para o qual eu olho com um tantinho de desgosto, por que eu vejo que as coisas eram bem diferentes de como eu via quando eu o estava vivendo. O pior é que não precisa ir muito longe no tempo pra que eu perceba isso. E eu fico me perguntando se com todo mundo é assim.
Eu queria viver nessa música. Em uma outra vida. Em um outro lugar. Em outro mundo, sendo outra pessoa que não eu com meus recalques e meu passado que eu não quero mais, mas que não sai da minha memória, como um fantasma que me persegue apontando todos os meus erros e todas as minhas idiotices.
Não é me arrepender. É não me reconhecer. Eu não me reconheço no meu passado e isso me angustia demais. Eu olho pra trás e penso que aquilo ali não era eu.
Às vezes eu queria que tudo explodisse e voltasse ao começo. Mas daí eu me pergunto que começo. Qual é começo que eu quero. De onde partir. Eu não me orgulho da maioria das coisas que eu fiz. Na verdade, eu queria nem lembrar delas. Queria apagar e construir uma história que combinasse com a imagem que eu tenho de mim mesma, que muito provavelmente não corresponde à realidade. Eu não sou tão boa quanto eu penso. Eu sei que não sou. Eu não mereceria viver nessa música, com aquele vento frio da madrugada batendo no meu rosto, enquanto eu, sentada em um lugar com vista pra cidade, converso com alguém que me diz algo muito importante. Não mereceria. De jeito nenhum.

Sem Graça

Pessoa I diz:
eu quero morrer, *****
Pessoa II diz:
eu também
Pessoa I diz:
quer nada
Pessoa I diz:
eu quero mais que vc
Pessoa II diz:
bora tomar chumbinho?
Pessoa I diz:
só se for agora
Pessoa II diz:
eu não vou insistir por que esse papo vai ficar ridiculamente sombrio
Pessoa II diz:
mas eu penso em morrer todo dia
Pessoa II diz:
e eu gosto da vida
Pessoa II diz:
é estranho
Pessoa I diz:
eu gosto da vida tb
Pessoa I diz:
mas não dessa vida
Pessoa I diz:
eu queria outra vida
Pessoa II diz:
sim... é mais ou menos o que eu sinto
Pessoa II diz:
e é justamente esse o ponto
Pessoa II diz:
viver sem poder levar a vida que eu quero é uma condenação
Pessoa II diz:
e viver não deve ser uma condenação, deve ser uma bênção
Pessoa I diz:
é, eu sei
Pessoa I diz:
mas se eu morresse hoje
Pessoa I diz:
acho que eu não estaria perdendo nada
Pessoa I diz:
dizendo isso eu fico até com medo
Pessoa II diz:
você não vai se matar não, *****
Pessoa II diz:
eu tenho certeza
Pessoa II diz:
hehe
Pessoa I diz:
não...eu não tenho coragem
Pessoa II diz:
e eu também não vou
Pessoa I diz:
pois é
Pessoa II diz:
só tenho medo de me frustrar... mas não posso me precipitar
Pessoa II diz:
não vou jogar tudo fora
Pessoa I diz:
eu que nem sei o que eu quero da minha vida
Pessoa I diz:
eu tou indo pra onde me levarem
Pessoa II diz:
você tem tempo pra descobrir
Pessoa II diz:
isso não é problema não...
Pessoa I diz:
o tempo tá passando, *****
Pessoa II diz:
pra todos nós. desde que nascemos.
Pessoa I diz:
eu não sou insuportável, sou?
Pessoa II diz:
claro que não, né
Pessoa I diz:
eu me acho sem graça
Pessoa II diz:
você não é sem graça
Pessoa II diz:
no que, exatamente, você se acha sem-graça?
Pessoa I diz:
sem nada pra acrescentar a ninguém, eu acho...uma pessoa insossa, sei lá
Pessoa II diz:
humm... claro que não
Pessoa I diz:
eu sei...mas é esse meu sentimento hoje
Pessoa I diz:
nos últimos dois meses pelo menos



Sunday, July 09, 2006

Enxaqueca

Como se não bastasse ter que viver, eu tenho que viver e me preocupar com minha monografia, com minhas aulas, com meu futuro profissional.
E como se não bastasse viver, eu tenho que viver e cumprir com minhas obrigações familiares e sociais, e sorrir, por que se não eu passo por chata e mal humorada, daí as pessoas não gostam de mim, e eu fico triste, por que eu sou meio abestalhada e costumo dar importância às opiniões dos outros.
E ainda, como se não bastasse viver, eu tenho que viver e tomar trocentos comprimidos pra matar a enxaqueca.
Eu nem lembro há quanto tempo eu estou assim e não sei quanto tempo isso vai durar. Mas ainda assim, eu resisto e sou otimista( apesar de uns e outros acharem que eu não sou) e acredito que as coisas vão mudar. Até por que se assim não fosse, me perdoe a redundância, eu não sei como seria.

Sunday, July 02, 2006

Raphael

Ele está no topo da lista das pessoas importantes na minha vida. Pela eterna presença. Pela constância.
Eu nunca quero deixar de ser sua amiga, Raphael.
Eu te amo muito mesmo.
=********