Wednesday, June 28, 2006

Velha

Ainda é cedo amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que iras tomar

Preste atenção querida
Embora eu saiba que estás resolvida
em cada esquina cai um pouco tua vida
Em pouco tempo não serás mais quem tu és

Ouça-me bem amor
Preste atenção o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões à pó
Preste atenção querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavastes com teus pés

Eu era criança e já gostava dessa música. Meu pai colocava pra ouvir e eu adorava. Eu sempre fui brega. Eu sempre fui melodramática.
Um dia desses minha mãe me lembrou que quando eu tinha 4 anos de idade, no dia das crianças, eu já tinha recebido presente por antecipação, e daí, quando eu vi na televisão comentários a respeito dos guris ganhando brinquedos naquele dia em um progama qualquer, eu disse: "ah, eu sou uma criança muito infeliz...não ganhei presente no dia das crianças". Tudo bem que se queixar por presentes é normal de todo menino. Mas eu, no auge dos meus 4 anos, me auto entitulei "infeliz" por que, no exato dia das crianças, não ganhei presente. Isso é engraçado, e pra quem me conhece bem até soa um tanto familiar.
Hoje eu tava ouvindo um disco que meu pai me deu de Ney Matogrosso, e tem uma versão dele dessa música. É uma das letras mais bonitas que eu já li na vida. E achei graça por que eu comentei com Raphael o quanto eu gostava dela e ele me disse algo do tipo: " Pois, eu gosto de roque, conhece?"
Pois é Raphael, às vezes eu penso que seria melhor ser um pouco menos trágica, menos séria, menos Mariana. Mas daí o bom não seria tão bom. E a vida seria sem graça de qualquer jeito.

Vou tentar mais uma vez

Eu sempre tento recomeçar a postar com frequencia nesse blog mas eu sempre fico sem paciência de escrever, ou fico sem assunto, ou vem alguma fase muito boa ou muito ruim da minha vida em que escrever não me interessa. Mas agora eu quero tentar de novo, e quero mesmo sabendo que semana que vem eu talvez pare de escrever.